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| Jovem Katrina morta aos 16 (Foto: Internet) |
A mãe da adolescente Katrina Bormio, de 16 anos, morta por um disparo de arma de fogo durante a 46ª Festa do Peão de Promissão, em 4 de agosto de 2024, denunciou a exposição indevida de imagens do corpo da filha no processo judicial que apura o caso. O réu é o delegado de polícia Vinicius Martinez, que irá a júri popular.
Em vídeo publicado nas redes sociais, a mãe da vítima, Sabrina Silva, relatou que as fotos foram anexadas sem sigilo pela defesa do réu em um recurso protocolado na Justiça. Segundo ela, o material foi tornado acessível depois da retirada do segredo de justiça do processo, mesmo após o juiz manter a restrição específica sobre essas imagens.
“Recebi umas quatro, cinco ligações que as fotos dela tava pública, que tava todo mundo vendo a minha filha em óbito”, afirmou Sabrina.
“Minha filha, gente, ela não queria nem ir pra escola se aparecesse uma espinha no rosto dela. Violar a imagem dela, soltar a imagem dela para todo mundo ver... Isso acabou comigo esses dias.”
A mãe afirma que, desde o início da ação, a defesa do delegado acusava os pais da vítima de serem os responsáveis por vazamentos, o que sempre negou. Desta vez, ela acusa a própria defesa de desrespeitar decisão judicial:
“Desacatando a ordem de um magistrado, faltando com ética, senso, de uma forma provocativa e intencional em expor a minha filha em óbito da maneira que tudo aconteceu com ela.”
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| Katrina com sua mãe (Foto: Internet) |
Ela relata que ficou sozinha fora da cidade no final de semana em que descobriu a divulgação das imagens e que retornou a Promissão no domingo à noite, passando a segunda-feira tentando resolver a situação com o Ministério Público e sua equipe jurídica. “Foi algo muito pesado. [...] A coisa que ela mais amava era o corpo dela e foi exposto de uma forma sem conduta nenhuma. Eu espero que isso tenha uma punição”, disse.
Nota da defesa
A defesa técnica de Vinicius Martinez, por meio do advogado Augusto César Mendes Araújo, divulgou nota oficial em resposta à denúncia. Leia a íntegra:
A defesa técnica de Vinícius Martinez, por meio do advogado Augusto César Mendes Araújo, vem esclarecer:
A juntada do laudo contendo imagens da vítima ao processo ocorreu por um equívoco pontual, sem a marcação do segredo de justiça. Tão logo o assistente de acusação apontou o fato, a própria defesa peticionou imediatamente ao juízo requerendo a restrição de sigilo ao documento, o que foi prontamente acolhido.
Importa ressaltar que o trâmite em segredo de justiça foi requerido originalmente pela própria defesa, justamente para preservar a intimidade da vítima e das famílias envolvidas.
Posteriormente, o Ministério Público solicitou a retirada do segredo, pedido esse acolhido pelo juízo.
A utilização do laudo com imagens teve finalidade exclusivamente técnica e jurídica, sendo instrumento de defesa processual, sem qualquer intuito de exposição pública.
Até a presente data, a defesa não teve ciência de qualquer vazamento das imagens da vítima. Caso venha a ser confirmada a divulgação indevida, a verificação dos registros de acesso aos autos eletrônicos permitirá a identificação precisa de eventual responsável, que deverá ser responsabilizado nos termos da lei.
A defesa reafirma seu compromisso com a legalidade, com a ética profissional e com o respeito à dor da família da vítima, atuando sempre nos limites constitucionais da ampla defesa e do devido processo legal.
Augusto César Mendes Araújo
Advogado Criminalista
Delegado irá a júri popular
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| Delegado Vinícius irá a Jurí (Foto: Internet) |
A decisão que leva Vinicius Martinez ao Tribunal do Júri foi tomada no último dia 2 de julho de 2025, pelo juiz Renan Santos, da Comarca de Promissão, com base na denúncia oferecida pelo promotor de Justiça Ely Bernal.
Martinez responderá por homicídio consumado com dolo eventual, qualificado pela impossibilidade de defesa da vítima e por ter colocado outras pessoas em risco (perigo comum).
De acordo com os autos, o crime ocorreu em 4 de agosto de 2024, durante a 46ª edição da Festa do Peão de Promissão, quando o delegado atirou quatro vezes ao intervir, sem justificativa, em uma abordagem policial que se desenrolava de forma controlada. Uma das balas atingiu Katrina, que aguardava o pai em uma esquina próxima ao evento.
O promotor afirma que os disparos foram realizados em área de aglomeração, e que o delegado estava sob efeito de bebidas alcoólicas. Bernal sustenta que o resultado da ação era previsível, mas Martinez agiu com total indiferença a essa possibilidade, assumindo o risco de matar alguém.
A data do julgamento ainda não foi definida.
