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Mãe de adolescente morta por delegado em Promissão cobra secretário de Segurança durante evento

Secretário Derrite (Foto: Câmara de Sorocaba)


Durante um evento em São Paulo, Sabrina Silva, mãe de Katrina Bormio Silva Martins, de 16 anos, cobrou pessoalmente o secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Muraro Derrite, pedindo a exoneração do delegado Vinícius Martinez, acusado de matar sua filha em Promissão, em agosto de 2024.

Em meio à forte comoção, Sabrina apresentou um abaixo-assinado com 10 mil assinaturas pedindo a saída imediata do delegado e denunciou que ele continua em atividade, mesmo após ter sido pronunciado a júri popular. “Sou mãe da Katrina, a menina do rodeio de Promissão que o delegado matou. Até hoje eu não tive justiça”, disse emocionada.

Ao lado dela, a advogada Dra. Paolla destacou que o processo que envolve o delegado tem irregularidades e que ele chegou a ser promovido pelo Deinter-4, mesmo já tendo sido denunciado pelo Ministério Público. “Ele descumpre medidas cautelares e segue trabalhando normalmente”, afirmou.

O secretário Derrite lamentou o caso e se comprometeu a acompanhar a apuração administrativa. “Lamento muito o que aconteceu. Eu não imagino a dor que a senhora está sentindo. Garanto que o processo será conduzido com lisura e imparcialidade”, declarou. Segundo ele, o procedimento será encaminhado ao Conselho da Polícia Civil para avaliação.

Durante o diálogo, Sabrina também revelou que foi processada pelo delegado e condenada a pagar R$ 282 mil em indenização. “Ele tentou me calar à força, com a morte da minha filha”, desabafou.


Relembre o caso

Katrina Bormio Silva Martins, de 16 anos, foi atingida por um disparo de arma de fogo feito pelo delegado Vinícius Martinez quando aguardava o pai em uma esquina próxima ao recinto da Festa do Peão de Promissão, em agosto de 2024.

De acordo com a denúncia apresentada pelo promotor de Justiça Ely Bernal, Martinez — que estaria sob efeito de álcool — efetuou quatro tiros ao intervir de forma injustificada em uma abordagem policial já controlada, assumindo o risco de atingir inocentes.

Em 2 de julho de 2025, a Justiça decidiu que o delegado será levado a júri popular, acusado de homicídio com dolo eventual, qualificado pela impossibilidade de defesa da vítima e pelo perigo comum.

Mesmo assim, Martinez foi recentemente designado para atuar em Ourinhos, sob responsabilidade do Deinter-4, o que gerou revolta entre familiares e apoiadores da jovem.

Nas redes sociais, Sabrina desabafou:

“Katrina é vítima do Estado. O delegado bebeu, atirou e matou minha filha. Está solto, respondendo em liberdade, e ainda foi promovido. Estamos apenas buscando justiça.”

O processo criminal segue em curso e voltou a tramitar em segredo de justiça.