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Criança e idoso são primeiros atendidos com soro contra veneno de cobra e escorpião desde retorno do medicamento a Promissão

Fachada do PS do HGP (Foto: DN)

O Hospital Geral de Promissão (HGP) registrou os primeiros atendimentos com aplicação de soro antiofídico e antiescorpiônico após mais de 10 anos sem o medicamento disponível na cidade. Um idoso de 67 anos, vítima de picada de cobra, e uma criança de 5 anos, picada por escorpião, receberam o tratamento de urgência e passam bem, segundo informações da unidade.

O primeiro caso foi registrado no dia 6 de outubro, às 18h35, quando o idoso recebeu soro antibotrópico após ser picado por uma cobra. No dia seguinte, 7 de outubro, às 21h48, a criança foi medicada com soro antiescorpiônico. Ambos foram atendidos no próprio hospital, sem necessidade de transferência — um marco para a rede pública local, que volta a ter autonomia no atendimento de urgência em casos de envenenamento.

O diretor técnico do HGP, Dr. Edyr Cunha Sanches, destacou que o retorno do medicamento representa uma conquista histórica para o município.

“Depois de muita luta, conseguimos trazer para Promissão tanto o soro contra picadas de cobra quanto o soro de escorpião — ambos disponíveis aqui no hospital.”

“Isso significa que agora os pacientes não correm mais risco de serem transferidos ou de aguardarem o medicamento chegar de outra cidade. Hoje, tudo é resolvido em um único local, com nossa equipe preparada e estrutura completa, incluindo UTI para casos mais graves.”

“É um avanço importante, especialmente para nossa região, que tem um dos maiores assentamentos do Brasil e uma população rural expressiva, com mais de 5 mil pessoas vivendo no campo, onde acidentes com cobras e escorpiões são frequentes.”

O soro antiofídico havia deixado de ser disponibilizado em Promissão por mais de uma década, o que gerou diversos transtornos e chegou a motivar uma ação judicial após a morte da lavradora Maura Fiurst Ortolan, de 66 anos, em fevereiro de 2023. A vítima foi picada por uma jararaca no Assentamento Reunidas, atendida inicialmente em Promissão e depois transferida para Lins, onde precisou aguardar o medicamento chegar de Marília.

A perícia do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo (IMESC) concluiu que a demora na aplicação do soro foi decisiva para o agravamento do quadro, caracterizando negligência hospitalar. O caso se tornou um marco na luta pelo restabelecimento do atendimento e ainda tramita na 1ª Vara Judicial do Foro de Promissão.