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Mãe relata desespero e agradece retorno do soro antiescorpiônico ao HGP: “Meu filho não teria sobrevivido”

 

Arthur foi picado por um escorpião no início do mês (Foto: Divulgação)

O Hospital Geral de Promissão (HGP) voltou a aplicar soros antiofídico e antiescorpiônico após mais de 10 anos sem o medicamento disponível na cidade — e a mudança já salvou vidas. Um dos primeiros atendimentos foi o do menino Arthur Henrique Rezende Gonçalves, de 5 anos, morador de um sítio na zona rural. Sua mãe, Larissa Fernanda Rezende de Oliveira, contou que o acidente aconteceu à noite, dentro de casa, quando a família se preparava para dormir.

“A gente mora no sítio e costumava colocar um colchão de solteiro do lado da nossa cama. À noite, quando fomos deitar, o escorpião veio direto na boca dele, no lábio de cima. Ele gritava muito de dor e falava: ‘Mamãe, tá doendo meu nariz’. Foi tudo muito rápido.”

Desesperados, os pais correram para o Hospital Geral de Promissão. Segundo Larissa, o atendimento foi imediato e determinante para salvar a vida do menino. Arthur precisou ser transferido para o Hospital das Clínicas de Bauru, onde ficou na UTI. O veneno havia atingido o rim direito e o coração, mas o atendimento rápido foi decisivo para sua recuperação.

“Chegando aí o atendimento, graças a Deus, foi tudo muito rápido. A doutora já começou a atender ele. No começo, ela achou que daria para cuidar aqui mesmo, mas ele começou a vomitar, suar e o coraçãozinho dele não tava bem. Ela aplicou quatro ampolas do antiescorpiônico, e isso foi essencial para a cura do meu filho. Os médicos disseram que, se demorasse mais um pouco, ele não teria sobrevivido.” 

Família do menino (Foto: Divulgação)

Após quatro dias de internação, Arthur recebeu alta e deve seguir apenas com acompanhamento pediátrico no HGP. Ele ainda sente dores de cabeça, mas passa bem. 

“Graças à rapidez do atendimento e por já ter o soro disponível na cidade, meu filho foi salvo. Foi Deus e os médicos que cuidaram dele. No segundo exame de sangue, já não deu mais nada no rim. Foi um milagre.”

O retorno dos soros ao hospital representa um avanço importante para o município, especialmente para as famílias da zona rural, onde vivem mais de 5 mil pessoas e os acidentes com escorpiões e serpentes são frequentes. Antes, os pacientes precisavam ser transferidos para Lins, onde o medicamento estava disponível, o que aumentava o risco em casos graves.

A cidade ficou mais de uma década sem o soro, o que resultou em emergências e até mortes — como a da lavradora Maura Fiurst Ortolan, de 66 anos, que faleceu em 2023 após ser picada por uma jararaca e aguardar o medicamento chegar de outra cidade. O episódio reforçou a necessidade do restabelecimento do atendimento em Promissão.

E o menino Arthur não foi o único a receber um soro contra o veneno de um animal peçonhento desde o retorno deste tipo de atendimento a cidade. Um idoso de 67 anos, picado por uma cobra, também foi atendido no HGP no dia anterior e medicado com soro antibotrópico.